sexta-feira, 3 de setembro de 2010

4.3 - If I Was Your Vampire

Clique na imagem abaixo para ler o capítulo:


Ou copie e cole o seguinte link no navegador:

http://highwaytomyhell.tumblr.com/post/527422013/4-3-if-i-was-your-vampire

domingo, 22 de agosto de 2010

(If You Want Blood, You've Got It)

Clique na imagem abaixo para ler o capítulo


Ou então copie e cole o link: http://highwaytomyhell.tumblr.com/post/527390536/4-2-if-you-want-blood-youve-got-it na barra do navegador

domingo, 30 de maio de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

(For Revenge)

Para ler este post, clique na foto abaixo

(Memories)

Para ler este post, clique na foto abaixo

sexta-feira, 23 de abril de 2010

(Death Meets Ruby)

Leia este post ao clicar na imagem abaixo:

quarta-feira, 24 de março de 2010

(Jesse Hooper)

"Stop there and let me correct it, I wanna live a life from a new perspective
You come along because I love your face... And I'll admire your expensive taste."


        Foram mais ou menos quatro horas na companhia de Jesse Hooper e, ao contrário do que Ruby sempre acreditara que aconteceria, ela não havia perdido a cabeça em nenhum momento. Aliás, havia deixado na ponte a Ruby deprimida e complicada que sempre pensava em James. Naquele momento, existia outra Ruby que ficara adormecida desde a morte do Sr. e da Sra. Ward.
        - Uma banda – ela murmurou risonha.
        - AC/DC.
        - Pensei que responderia Led Zeppelin.
        - Eu pensei nisto. Mas estaria sendo previsível demais.
        - Você é.
        - Calúnia – ele riu, parando defronte a ela – Tente dizer algo correto sobre mim.
        - Como...?
        - Comida favorita.
        Aposto que é alguma fritura bem gordurosa.
        - Na verdade são as panquecas que meu irmão faz. Apenas não deixe com que ele saiba.
        Ambos riram.
        - Tente bebida.
        - Destilados...
        - Não, cerveja.
        - Então... O que você mais gosta de fazer... Dirigir seu Plymouth, eu suponho. – ela murmurou, após um momento no qual ela se mostrou pensativa.
        - Estou entre isto e irritar meu irmão. Então não conta.
        Ele se sentou em um toco de árvore coberto de musgo e passou a fitar como os feixes de luz que não eram absorvidos pelas altas árvores do bosque atingiam a face e os cabelos de Ruby, deixando-a com uma aparência quase que sobrenatural. Continuou a contemplá-la, enquanto respondia casualmente a algumas afirmações incorretas que ela fazia.
        Jesse sentiu seu coração prestes a escapar, quando ela se curvou por sobre ele e seus olhos acinzentados fitaram profundamente os esverdeados do rapaz. Ela mordeu seu lábio inferior e continuou olhando-o de modo analítico, antes de murmurar:
        - Sua mãe tem olhos verdes.
        - Minha avó. – ele retrucou.
        - Droga – ela murmurou com um sorriso, mas não se afastou. Continuou curvada por sobre ele, que tentava ao máximo não perceber o quanto ela parecia estar próxima.
        Os segundos pareceram se arrastar, e o barulho do relógio de pulso de Jesse pareceu ser o único naquele grande e denso bosque. Ruby continuou com seus olhos fixos nos de Jesse e mordeu o lábio novamente. Ele acompanhou o movimento com um olhar e uma leve palpitação desconfortável em seu peito.
        - Você quer me beijar?
        - É um pedido?
        - Uma suposição.
        - A primeira correta do dia.
        - Então faça isso. – ela sussurrou.
        - É um pedido? – ele repetiu a pergunta.
        - Uma ordem.
        - Sim senhora. – ele respondeu, passando as mãos pelo rosto da menina suavemente e trazendo-o de encontro ao seu.
        Havia barulho na mente de Ruby, quando os lábios do rapaz diante de si se selaram aos dela. Gritos que ela não conseguia distinguir, sua própria voz dizendo milhares de coisas ao mesmo tempo de um modo rápido e confuso demais. Mas quando ele a envolveu vagarosamente, mergulhando a menina em um abraço quente e suave, tudo se resignou no mais profundo e calmo silêncio. A questão a ser pensada não tinha relação alguma com o passado, com James e sua morte, e nem com o futuro que aconteceria a partir do momento que eles se separassem novamente. Tinha relação com o que estava acontecendo naquele exato instante. Tinha relação com o carinho com o qual ele a apertava contra si, coisa que jamais havia feito com outra garota, e com o fato de que Jesse era o primeiro homem que Ruby se permitia beijar em três anos.
        E, apesar de Ruby não se permitir pensar nisto naquele momento, ela estava se sentindo verdadeiramente feliz. Ela tinha medo de dizer isto para si mesma – em voz alta ou até mesmo em pensamento – e se tornar uma pessoa fraca mais uma vez, alimentada apenas pelo romance que teria com Jesse. Assim como o que tivera com James. Não lhe parecia certo aceitá-lo naquele momento, mas o toque do rapaz a aquecia e lhe mostrava aquela realidade, da qual ela não estava apta a fugir: ela queria aquilo. Mais do que nunca.
        Os lábios se separaram com um barulho, que pareceu eterno por um breve instante. O estalido das bocas se separando lentamente, trazendo consigo o gosto um do outro.
        - Eu... – ela sussurrou de modo rouco. Não conseguiu dizer mais nada e recostou sua testa na de Jesse. Sentiu sua temperatura febril sendo transmitida por milhares de células que se agitavam como fagulhas, atentas ao momento que se estendia.
        - Vai fugir novamente?
        - Não.
        Ele abriu seus olhos. Pareciam à Ruby mais verdes que da última vez que ela os encarara. Analisou-a, preenchido pela sensação de que havia conseguido algo que queria. Mas não se sentia completo, por ter conseguido amolecer o coração de Ruby, sentia que faltava alguma coisa para fazer com relação àquela garota em seus braços. Ele não queria apenas aquilo, não apenas beijá-la e levá-la para sua cama – Embora aquilo também fizesse parte de seus planos –. Ele queria amá-la. Tê-la todos os dias para si. Chamá-la de sua.
        - Não?
        - Não quero fugir de você.
        - E isso significa que...
        - Eu não sei bem o que significa. – ela confessou.
        - Eu sei.
        - É?
        - Significa que iremos tentar.
        - Tentar? – ela sussurrou, os olhos fechados. A mente entorpecida.
        - Tentar quanto a nós dois.
        - O que? – a garota pareceu se acordar subitamente de um sonho. Arregalou seus grandes e acinzentados olhos para o rapaz diante de si, afastando-se em alguns passos trêmulos.
        - Nós dois, Ruby. Não como duas pessoas distintas e que mal se conhecem. Como um casal. Com um relacionamento. É isto que eu quero. – Jesse murmurou, erguendo-se mais uma vez. Ele andou em direção à Ruby, que continuou se esquivando e andando para trás. Até que ela sentiu que não poderia continuar se afastando dele, ao ser espetada nas costas por um tronco de árvore.
        - Você está... Falando sério?
        - Mais do que nunca.
        - Eu não... Não sei, Jesse. – Ruby deixou escapar em um grande soluço. Ela recostou sua cabeça pesadamente no tronco áspero que havia atrás de si e fechou seus olhos com toda a força que podia. Apenas relaxou novamente, quando sentiu sua cabeça incomodar dolorosamente – Eu estou muito confusa.
        - Por quê?
        - Não sou a pessoa certa para você. – ela murmurou, erguendo o queixo e começando a andar lentamente. Passou por Jesse sem ter a coragem de lhe dirigir o olhar, e deu alguns passos para longe dele, quando ouviu sua voz novamente.
        - Tudo isto por causa de James?
        Ela abriu a boca para responder, mas não conseguiu fazer com que as palavras saíssem. Levou as duas mãos ao rosto e sentiu suas bochechas molhadas com as lágrimas que se faziam presentes mais uma vez naquela tarde.
        - Quer me contar o que houve?
        - Não.
        - Tem certeza? Livrou-se de um peso ao contar sobre seus pais.
        - Mas é diferente.
        - Por causa do tempo? – ele perguntou. Ruby ouviu os passos cautelosos do rapaz estalando algumas folhas no chão, enquanto ele se aproximava lentamente dela. – Eu sei que a morte de James está mais fresca em sua memória, mas você tem que se livrar disto, antes que...
        - Não é isso! – ela exclamou, virando-se para Jesse mais uma vez. Suas bochechas estavam incrivelmente vermelhas e seus olhos deixavam escapar lágrimas quentes – Eu estava lá, Jesse!
        Ele não conseguiu retrucar. Apenas fitou, sem saber como faria a seguir, enquanto a garota que ele queria ter para si tremia diante dele, as lágrimas escorrendo de modo alarmante por sua face pálida, com apenas duas bochechas incrivelmente vermelhas e quentes.
        - Eu consigo me lembrar – ela soluçou – dos gritos dele. Como ecoaram pela rua. Consigo me lembrar do gosto das lágrimas quando elas escorriam. Eu me lembro do sangue dele, Jesse, escorrendo por entre meus dedos.
        Ele parecia ter sido afetado por uma paralisia momentânea, que o impedia de socorrer a garota, mesmo vendo que ela desmoronava diante de si. Ruby, por um instante, ergueu as mãos delicadas diante de seus olhos, e as viu encharcadas com sangue. Sangue que ela sabia ser de James.
        - Estava tão escuro naquela noite. Não havia lua no céu, nem estrelas. – ela sussurrou, mais para si mesma do que para ele. Caiu de joelhos no chão, os cabelos grudando em seu rosto molhado pelas salgadas lágrimas que deixavam seus olhos. – Tão escuro, que o sangue de James estava negro. Sangue negro molhando minhas mãos.
        Ela se calou. Resignou-se a um choro silencioso e repleto de uma dor que quase se estendia ao plano físico. Ruby mantinha suas mãos trêmulas diante dos olhos, como se estivesse revivendo a cena na qual suas mãos estavam banhadas de sangue, iluminadas apenas por um poste afastado e defeituoso, que insistia em piscar sua luz por sobre o corpo inerte de James.
        - Eu sinto muito. - Jesse murmurou, saindo de seu estado momentâneo de letargia, e ajoelhando-se diante da garota. Ele segurou lentamente em suas mãos, sentindo-as tremer por entre seus dedos, e a trouxe lentamente para si. – Não queria fazer você reviver tudo isto. Me desculpe, Ruby, me perdoe.
        - Não posso, Jesse – ela murmurou. Antes que ele se perguntasse do que se tratava, ela se levantou de súbito, afastando-se dele a passos lentos. – Não posso deixar que isso aconteça com você também. Me desculpe.
        E ela correu.
        Para longe de Jesse, longe de James. Longe do céu sem lua e sem estrelas.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

(Apologies)

        As coisas estavam começando a fazer sentido para Jesse.
        A tristeza expressa no fundo dos olhos acinzentados e escuros de Ruby, o fato de ela sempre parecer estranhamente melancólica ao ouvir a menção ao nome de James. Até mesmo sua aversão completa ao envolvimento emocional que poderia estar tendo com Jesse naquele momento.
        Ele agora olhava para os ombros nus e pálidos da menina, que se aproximava à medida que ele direcionava seus espaçados passos. Mal chegou perto dela, e as palavras se atropelaram ao sair de seus lábios.
        - Me desculpe.
        Ela pareceu se sobressaltar. Levou as mãos aos olhos rapidamente, e Jesse não precisou estar frente a frente a ela para perceber que ela estava tentando enxugar suas lágrimas de modo desajeitado. Quando ela o encarou, tinha o nariz vermelho e alguns sinais de que andara chorando espalhados pela face.
        - O que você quer? – perguntou, seca.
        - Me desculpe – ele repetiu.
        - Corta essa.
        - É sério, eu...
        - Por que você não guarda esse seu papo pra Heather?
        - Olha...
        - Quer saber? Eu estou cheia de você, Jesse.
        - Eu não sabia – ele exclamou de súbito – Que faria você chorar. Me desculpe.
        Ela o encarou por alguns momentos, sem saber o que responder. Por fim, semicerrou os olhos e disse secamente:
        - Você e seu ego imenso podem ir para o inferno. Eu não estava chorando por sua causa. Você é um cínico, prepotente, um completo idiota. E eu quero que você desapareça de vez da minha frente.
        Jesse olhou atônito para Ruby, que agora se afastava dele a passos largos e firmes. Teve que pensar duas vezes no risco que correria ao ir atrás dela – o de levar uma bofetada ou mais uma torrente de ofensas –, mas ele o fez.
        - Ruby, por favor.
        - Me deixe em paz. – ela exclamou, virando-se para ele mais uma vez – Por quê? Por que você está aqui? Nesta cidade, neste parque? Para confundir minha cabeça?
        - Quer, por favor, conversar comigo?
        - Não, eu não quero falar com você.
        Ele tentou segurar seu braço, mas ela se desvencilhou. Tentou pegá-la no colo, mas ela se afastou. Quando tentou segurar em seus braços mais uma vez, ela tentou bater em Jesse. Mas ele segurou os braços dela firmemente e se aproximou. Colou os braços dela suavemente contra o corpo da garota, sendo eles as únicas coisas que separavam os corpos de entrarem em contato completo. Jesse notou, enquanto eles normalizavam a respiração, que o nariz da garota praticamente tocava o seu.
        - Por favor. – ele murmurou, quando viu que ela havia fechado os olhos e comprimido os lábios. Lágrimas escorriam por seu rosto copiosamente.
        - Me deixe em paz. – ela soluçou.
        - Por favor, Ruby. Não chore.
        - Não estou chorando por você.
        - Eu sei.
        Ele a soltou suavemente, mas ela não se mexeu. Continuou com os olhos fechados despejando filetes de lágrimas que escorriam na direção de seu queixo fino e delicado. Ruby não soube quanto tempo se passou, mas tinha certeza que não veria mais Jesse ao abrir seus olhos úmidos novamente.
        Mas quando ela abriu seus olhos e viu a silhueta embaçada do rapaz ainda diante de si, ela sabia o que iria fazer em seguida. Não queria, aquilo iria contra todos os seus princípios básicos, mas ela estava precisando. E era a Ruby instintiva agindo novamente.
        Ela correu e afundou-se em seus braços fortes.
        Ruby se permitiu chorar desta vez. Estivera tentando conter as lágrimas desde o momento no qual percebera a incrível semelhança entre Ben e seu pai. Jesse, que ainda estava atônito com a ação repentina da menina, apenas se resignou a abraçá-la de volta.
        - Eu sinto muito – ele murmurou. – Eu falei com Heather, e...
        Ela começou a rir contra o peito do rapaz. Risos entrecortados por soluços.
        - E o que ela disse? Que não seria babá de uma órfã? Ou ela colocou a culpa em mim desta vez?
        - A questão é... – ele interrompeu, apertando-a contra si com mais força – Eu sinto muito. Por tudo. Você e suas irmãs têm passado por todo um inferno, desde que...
        Ele deixou a frase no ar.
        Demorou alguns instantes, mas os soluços que saíam do corpo pequeno e delicado de Ruby deixaram de ser tão violentos e passaram a ser apenas reflexos involuntários. As lágrimas também pararam de escorrer de seus olhos, que passaram a fitar o nada de uma forma cansada.
        Jesse olhou para o local onde estavam. Haviam se afastado bastante do Festival de Primavera, e o cheiro forte das flores havia sido substituído pelo cheiro de terra. Estavam próximos a um bosque denso e escuro, por sobre uma ponte curva que encobria um filete d’agua – há tempos atrás, aquilo poderia ter sido talvez um riacho – que corria incansável bosque adentro.
        - O carro deles virou – ela sussurrou.
        - Você não precisa...
        - Eu nunca falei sobre isso. Com ninguém ainda. Nem minhas irmãs, ninguém. Mas eu preciso, não posso ficar para sempre quieta.
        - Fale então.
        - O carro deles virou. Na ponte que fica entre Cary e outras cidades ao norte. Não restou nada. – ela parou para respirar. Sentiu o peito dele se movimentando lentamente, conforme ele também respirava – Os policiais bateram à nossa casa quando era pouco mais de meia noite. De acordo com eles, papai devia estar alcoolizado. Mas papai não bebia quando trazia mamãe no carro. Nunca.
        Ele não sabia o que responder.
        - Disseram que... – Ruby continuou – Eles não sentiram nada. Mas eu não consigo acreditar nisto. Em meus sonhos, sempre os vejo sangrando enquanto tentam sair de dentro do carro amassado.
        - Isto é...
        - Horrível, eu sei.
        - Eu sinto muito.
        - E Ben se parece tanto com papai – ela murmurou, sorrindo por entre novas lágrimas.
        Novamente Jesse se viu sem palavras. Apertou-a com mais força.
        - Ah meu Deus – ela riu, enxugando suas lágrimas rapidamente enquanto soltava-se de seu abraço, embora nenhum dos dois quisesse se separar – Me desculpe por te chatear com isto tudo, Jesse...
        - Claro que não. Você é a garota mais interessante que eu já conheci em toda a minha vida. Nunca me chatearia, nem se quisesse.
        A quietude se espalhou por entre os dois. Ambos pensaram que Jesse diria algo primeiro, mas foi Ruby quem quebrou o silêncio.
        - Você quer passear?
        - Claro.