segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Chapter One - Welcome Home, Boys!


        Abril tem costume de ser o mês mais chuvoso do ano em uma pequena cidade no interior da Carolina do Norte.
        Havia mais uma vez cumprido com as previsões meteorológicas feitas naquela manhã pelo jornal local. A chuva castigava todos os poucos moradores daquela cidade, ricocheteando violentamente nos telhados frágeis, alagando algumas áreas mais próximas do rio, e também enlameando algumas poucas estradas não-asfaltadas, impossibilitando assim a visão de qualquer motorista por ali.
        Era pouco mais de meia noite quando um Plymouth Fury preto atravessou a entrada da cidade. Dentro dele, dois jovens discutiam alto, cada qual tentando impor seu tom de voz.
        - Ligue o farol, Jesse
        - Cale a boca, Dan. Eu acho que sei dirigir meu próprio carro, obrigado. – o motorista respondeu ao outro irritado, passando uma das suas mãos sobre seus cabelos castanhos e bagunçados.
        - Não parece. Vamos acabar morrendo neste carro.
        - Escute, quando aprender a dirigir, e comprar o seu carro, eu não me intrometerei, então quer fazer o favor de ficar quieto? Você é o irmão menor mais irritante que eu poderia ter!
        Ao fim de sua frase, o motorista, com um gesto brusco, ligou o farol do carro, para alívio do rapaz que estava sentado em seu lado.
        Mas o alívio dos dois não durou muito.
        Pouco depois que a luz à frente do carro se acendeu, melhorando um pouco a visão dos dois, eles puderam ver uma sombra esguia. A silhueta de uma pessoa, que atravessava rapidamente a estrada. Mas não rápido o bastante para que o carro conseguisse desviar.
        O motorista pisou firmemente no freio, fazendo com que as rodas se travassem. Mas a estrada estava tão enlameada, que nem mesmo o freio foi capaz de evitar que o carro se chocasse fortemente contra a pessoa. Ela rolou sobre o capô do carro, batendo a cabeça no pára-brisa. Quando finalmente o carro parou, seu corpo deslizou lentamente para o chão.
        Os rapazes dentro do carro assistiram a cena assustados.
        - Você atropelou alguém – O passageiro gritou, com os olhos ainda fixos em onde o corpo havia caído.
        - Eu vi, mas que droga – O motorista retirou o cinto de segurança bruscamente, e abriu a porta do carro. Foi atingido violentamente pela chuva, que em poucos segundos, ensopou seu grosso casaco. O rapaz andou em direção à frente do carro, abaixando-se sobre o corpo inerte que ali se encontrava.
        O outro rapaz também desceu do carro, antes cobrindo a cabeça com um capuz. Não teve muito efeito, o vento ainda trazia gotas gélidas de chuva em direção a seu rosto. Ele andou também em direção à pessoa que jazia estirada no chão lamacento. Ela estava com um capuz cobrindo o rosto, e Jesse mantinha os dedos fixos na pele alva de seu pescoço tentando sentir algum vestígio de vida.
        - Graças a Deus. – ele murmurou, aliviado ao sentir uma lenta pulsação sob seus dedos; Retirou a mão e passou-a sobre os cabelos molhados. Dan estendeu a mão trêmula em direção ao pano que cobria o rosto da pessoa, e o retirou delicadamente.
        Era uma garota.
        Parecia bem mais nova que Jesse, mas, ainda assim, mais nova que Dan. Tinha a pele pálida, que estava manchada em alguns pontos pela lama que havia no chão. Seus cílios compridos e escuros criavam um conjunto delicado com os traços finos de seu rosto.
        De sua testa, escorria um filete de sangue, resultado da violenta batida que havia sofrido contra o automóvel. O machucado já estava bastante imperceptível por causa da chuva que caía abundantemente sobre os três.
        - Você atropelou uma menina? Não posso acreditar – Dan gritou com o outro, apontando desesperado para a garota desacordada à frente dos dois
        - Não comece. – Por mais que gritassem cada vez mais alto, o barulho surdo da chuva acabava por abafar o som da voz de ambos os rapazes.
        - O que vamos fazer?
        - Tirar ela desta chuva seria um bom começo – Jesse murmurou, passando os braços delicadamente em torno do corpo da garota, erguendo-a sem muita dificuldade.
        Dan andou na frente do outro, abrindo rapidamente a porta do carro para que os dois pudessem acomodá-la no banco traseiro cuidadosamente. Assim que o fizeram, cada qual entrou por um lado do carro. Respiraram fundo e olharam de soslaio para a menina deitada.
        Ela não moveu um músculo.
        - Tem certeza de que está viva?
        - Dan, eu acho que sei checar um pulso – Jesse respondeu extremamente irritado, no que Dan se calou. Havia visto nos olhos do irmão a culpa que ele sentia por ter atropelado aquela garota.
        - O que faremos agora?
        - Vamos para casa - o motorista resmungou, girando a chave rapidamente na ignição, e fazendo com que o carro soltasse um ronco forte e demorado.
        - Acho que seria melhor um hospital.
        - Estamos longe de qualquer hospital. E com esta chuva, não podemos nos afastar muito. Vamos embora. – dizendo isto, Jesse afundou com força seu pé no acelerador. As rodas do carro fizeram um barulho grotesco contra a lama que a rodeava, e logo o Plymouth Fury estava correndo por aquela estrada de terra.
        - Diminua a velocidade.
        - Fica na sua.
        - Jesse, você quer atropelar o que agora? Um cachorrinho?
        - Eu juro que se você não calar esta sua boca, eu vou te colocar pessoalmente na frente deste carro e passar por cima. – o rapaz exclamou extremamente irritado, fazendo com que seu irmão se calasse de vez.
Dan percebeu durante toda aquela meia hora na qual o carro ia a alta velocidade, que seu irmão mais velho lançava um olhar preocupado, pelo espelho retrovisor, constantemente. Pensou no que poderia dizer para fazer com que o rapaz se sentisse melhor, mas devido ao humor explosivo, agressivo e impaciente de Jesse, achou melhor ficar quieto.
        O número cinqüenta e sete da Alameda Virgínia estava esperando seus novos moradores. A grama havia crescido além do convencional naquele terreno, a madeira branca da casa estava apodrecendo-se com o tempo e as janelas estavam quebradas. A casa possuía algo de mal assombrada nela. Simplesmente assustadora.
        - Lar, doce lar – Jesse murmurou sem entusiasmo, enquanto parava o carro em uma grande e coberta garagem. Ele e o irmão desceram, e enquanto Dan pegava uma única mala que os dois haviam trago no porta-malas, o outro se ocupava em pegar no colo a garota que estava desmaiada no banco de trás do carro.
        - Deixe que eu abro a porta – o caçula murmurou, enquanto tirava uma grande chave de prata do bolso do casaco, e encaixava-a perfeitamente na fechadura que revestia uma grande porta de madeira escura em frente a eles. Com um longo rangido, ela se abriu pela escuridão que se apoderava da casa.
        O cheiro forte de mofo logo chegou ao alcance deles. Jesse suspirou, completamente mal-humorado, e entrou para o cômodo escuro que os aguardava bem à frente.
Sem prestar muita atenção nos móveis, que estavam cobertos por lençóis brancos, e fazendo o possível para desviar dos mesmos naquele ambiente com pouca luz, o mais velho dos irmãos atravessou a extensa sala, levando a garota em seus braços. Ela não dava sequer um sinal de vida; Não fosse por sua respiração quente em seu peito, Jesse suspeitaria que ela morrera.
        Subindo as escadas, que rangiam a cada passo dado, o rapaz avistou um pequeno corredor, repleto de poeira, que dava para algumas portas. Seu mais novo quarto.
        Ele entrou no aposento, tomando extremo cuidado para que a menina em seus braços não se machucasse em algumas farpas de madeira, que haviam se soltado da porta com o tempo. Murmurou um baixo palavrão, quando, no cuidado para protegê-la, seus próprios braços foram machucados pela madeira velha.
        - Encontrou o caminho sozinho? – O rapaz se assustou com uma voz atrás de si. Quando virou rapidamente, passando o braço mais uma vez pela madeira que o estava machucando, viu que era seu irmão, que vinha atrás dele, trazendo a pequena mala dos dois.
        - Droga cara! – Jesse disse, tomando cuidado para não falar alto demais e acordar a menina – Não faça mais isto!
        - Desculpe – Dan murmurou risonho. Ele passou pela porta, logo atrás do irmão, entrando no quarto velho e grande. Uma grande cama ocupava sua maior parte, acompanhada por uma poltrona estofada de couro, e uma estante cheia de livros.
        Era o único quarto da casa que estava limpo.
        Dan abriu sua mala rapidamente sobre a poltrona, retirando da mesma um comprido e fino lençol branco. Ele cuidadosamente forrou o colchão exposto da cama, e olhou para o irmão, que assistia a cena com um pequeno toque de tédio em suas feições.
        - Obrigado. – Jesse murmurou, colocando a menina delicadamente sobre o lençol recém arranjado. Esticou os braços por um momento, ainda olhando para aquele casaco azul-marinho ensopado que ela trajava.
        - Vamos dormir em meu quarto. A menina provavelmente não gostará de acordar no mesmo aposento das pessoas que a atropelaram.
        - Primeiro temos que tirar estas roupas molhadas dela.
        - Jesse, vamos, estou com sono e sem nenhum humor para brincadeiras.
        O mais velho olhou sobre o próprio ombro, fitando seriamente o irmão, que pôde perceber que o primeiro não estava nem perto de estar brincando.
        - Ah não. Deixe a menina em paz. Você não vai tirar suas roupas.
        - Quer apostar?
        Jesse se aproximou da garota, que estava profundamente desacordada em sua cama, e levou seus dedos rapidamente em direção aos botões dourados e grandes de seu casaco.
        - Você é doente. – Seu irmão disse irritado, pondo-se entre ele e a cama.
        - Não, eu apenas sou o mais velho aqui, e devo garantir que ninguém pegue uma fatal pneumonia. Por falar nisto, vá tirar também estas roupas molhadas, Dan.
        - Para começar – Dan retrucou irritado – como você pode saber que é mais velho que ela?
        - Sério cara, você acha que ela tem mais que 25 anos? – ele olhou pensativo para o delicado rosto da menina. Em seguida, olhou para o rosto de seu irmão. Era como olhar em um espelho há alguns anos. Apenas com os cabelos mais cacheados e os olhos mais vivos.
        - Na verdade não.
        - Então pronto. Sou o mais velho, agora saia da frente, Dan.
        - Não vou sair.
        Ignorando o que seu irmão caçula havia dito, Jesse o retirou do caminho com um safanão. Enquanto se abaixava novamente sobre a figura feminina adormecida em sua cama, disse, sem muito interesse presente na voz.
        - Não sei qual este seu problema em eu zelar pela saúde da garota.
        -
Ah, claro! E o fato de ela ser linda não te afeta em nada, certo?
        - Claro, claro. Traga-me uma roupa para colocar nela.

2 comentários:

  1. oi miga... primeirissimaaa.... simplesmente nao tenhu palavrs pra descrever seu talento pra escrever. estou amando e morrendo de vontade de ler o proximo capitulo.. entao por favor nao demora!!!!
    "o fato dela ser linda" (xoneiii)
    bjis sua amiga...
    posta logo. amu vc

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  2. Nossaaaaaaaaaaaaaaaaaaa to bege aqui,
    Leticia vc escreve mto mto bem *9*
    quero ler a continuação!
    beeeeeeeijos :*

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